DAS MALAS, A MENOR
Organizar uma mala de viagem é fácil. Convencer uma mulher a colocar nela somente o necessário é difícil. Muitas mulheres gostariam de colocar rodinhas em seus armários e transportá-los mundo afora, abastecendo-os a cada parada. Sonho a parte, sei que uma mala mal organizada pode atrapalhar muito uma viagem. Eu planejo antecipadamente a organização da minha mala. Escolho as peças (faço combinações), separo-as e as distribuo dentro dela: coloco peças de tecido encorpado embaixo e fino em cima e as deixo esticadas (uso toda a extensão da mala), não faço dobras para evitar volume e amassos, faço alguns rolinhos (amassam menos) e os coloco nas laterais (ganho espaço), uso compartimentos e organizadores para peças íntimas, miúdas e acessórios, sacos em TNT para calçados e nécessaire para produtos de higiene pessoal e banho, maquiagem e remédios. E assim mesmo peco pelo excesso, certa de que estou pecando pela falta. Na última viagem que fiz, cheguei a desejar (rapidamente) não ver minha mala desfilando na esteira do aeroporto. "Instável" e "desequilibrada", balançava de um lado para o outro, a cada deslocamento, como um boneco João Bobo. "Cheinha" já na ida, foi "engordando" mais ao passar dos dias. Assim como as pessoas, as malas também costumam "engordar" numa viagem. Logo comecei a sentir os efeitos do peso excessivo: lentidão, limitações físicas, dores na lombar, cervical E coluna do meio e micos frequentes, como a mala-mula "empacar" na plataforma e não querer "embarcar" de forma alguma no trem, entrando apenas com a intervenção de um passageiro gentil. E como andei muito, quase tudo se tornou inapropriado para uso. E achei bom! Sem me preocupar com exigências, padrões e protocolos, vestia a roupa mais confortável, um uniforme praticamente, e saía... livre e "despida".
Viagem é "bagagem" que não pesa!
Das viagens, a maior. Das malas, a menor.